A doença me despertou a missão de ajudar quem não sabe com lidar com ela

Minha jornada como paciente começou em 2010, estava no auge dos meus 22 anos, trabalhava, dançava, fazia de tudo um pouco. Já havia conquistado muitas coisas, porém a doença chegou como um furacão e me vi desamparada, sozinha e sem chão. Tudo começou depois de um surto da gripe suína, tomei a vacina e semanas depois comecei a apresentar rigidez no dedão esquerdo ou direito da mão, não lembro ao certo, após 3 dias de rigidez um lado todo do meu corpo estava intocável de tanta dor, parecia que eu havia sido atropelada por um trem de dor dilacerante.

Fui ao clínico geral do posto, que na época era chamado de médico da família, e já conhecendo o histórico de doença familiar logo pediu os exames específicos que confirmaram o diagnóstico. Lembro que eu não dei tanta importância a gravidade da doença pois achei que algum tratamento me faria ficar curada. As semanas e meses foram passando e nada dessa cura chegar, tomei tanto corticoide que cai em depressão, não reconhecia mais o meu rosto, o meu corpo havia se deformado pela doença, eu que sempre tive um corpo definido pela dança, me vi sem forças para levantar uma colher e levar até a boca.

Comecei buscar ajuda na internet, pois o médico pouco dizia sobre o que eu tinha, e eu queria encontrar alguma maneira de burlar a doença e fazer ela sumir da minha vida, por muito tempo não aceitei, gritei, esperneei, afastei pessoas do meu convívio, e foi na internet conhecendo pessoas que passam pelo mesmo problema que eu foi onde encontrei compreensão e apoio, e principalmente informação. Tentei vários tratamentos alternativos que não tiveram resultado e só trouxeram mais dor de cabeça, conheci a remissão com os medicamentos biológicos, há 5 anos a doença está estável e tenho qualidade de vida.

A doença me despertou a missão de ajudar quem não sabe com lidar com ela, a dor nos deixa mais compadecidos da dor do outro, a doença me tirou da minha zona de conforto e hoje vivo a realidade de superação diária.

Me chamo Dayane Ferreira de Melo, tenho 30 anos, luto há 8 anos contra a AR, sou idealizadora da página e canal no YouTube Compartilhando a AR.

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