Sempre que uma doença nova aparece, como a Covid-19, novos cuidados preventivos são necessários. Para pessoas imunossuprimidas, o peso dessas precauções ganha uma importância ainda maior, já que, ao ter um comprometimento na imunidade, elas poderiam não estar aptas a se defender de forma correta dessa nova infecção.
Diversas condições e tratamentos podem enfraquecer o sistema imunológico de um organismo. Podemos citar, por exemplo, doenças com origem no sistema imune, deficiências imuno-genéticas, doenças adquiridas como AIDS, uso de medicações contra a rejeição após transplantes de órgãos, uso de quimioterapia para tratamento do câncer, uso de imunossupressores para o tratamento de diversos tipos de reumatismo, assim como algumas doenças crônicas dos pulmões, fígado e rins.
Os sintomas associados à infecção pelo vírus SARS-CoV-2, que causa a Covid-19, são, na sua maioria, os mesmos de uma gripe comum, porém, em alguns casos, pode levar a um quadro agudo de doença respiratória grave, com consequente insuficiência respiratória, podendo evoluir para o óbito.
A condição imunossuprimida pode aumentar o risco e a gravidade de doenças infecciosas, como a Covid-19. Os indivíduos imuno-incompetentes podem apresentar susceptibilidade aumentada ao coronavírus dependendo do grau de imunossupressão, variando de acordo com a própria doença de base e/ou conferida pelo tratamento medicamentoso. No entanto, não há evidências científicas claras da associação entre o status imunológico prejudicado e as complicações da infecção por SARS-CoV-2 até o momento.
Em comparação com o vírus H1N1 (gripe suína), em 2009, que provocou grande mortalidade de pacientes imunossuprimidos, a Covid-19 parece acometer bem menos pessoas imunossuprimidas. Entretanto, se você estiver imunocomprometido, a melhor maneira de prevenir o Covid-19 é evitar ser exposto a esse vírus.
Dicas para evitar a contaminação por Covid-19
- Lave as mãos frequentemente com água e sabão por pelo menos 20 segundos, especialmente depois de estar em um local público ou depois de assoar o nariz, tossir ou espirrar.
- Se água e sabão não estiverem prontamente disponíveis, use álcool 70% gel ou líquido
- Evite sair de casa o máximo possível e pratique o distanciamento social
- Mantenha uma distância de pelo menos 2 metros entre você e as outras pessoas
- Evite grandes reuniões ou locais onde haja aglomeração
- Tenha suprimentos, alimentos e remédios que já faz uso, em sua casa para evitar saídas desnecessárias
- Caso algum item acima citado falte, solicite que um outro membro da família ou vizinho vá ao mercado ou farmácia por você
- Use máscara cobrindo a boca e o nariz sempre que for possível, mesmo dentro de casa, se morar com outras pessoas
- Lembre-se de NÃO colocar máscaras em crianças com menos de 2 anos de idade, em pessoas com dificuldade em respirar ou alguém inconsciente, incapacitado ou incapaz de remover a máscara sem assistência
- Limpe e desinfete as superfícies frequentemente tocadas, como mesas, maçanetas, interruptores de luz, telefones, teclados, banheiros, torneiras e pias.
Passos que você pode tomar para proteger sua saúde
- Continue seu plano de tratamento regular. Não pare nenhum medicamento ou tratamento sem falar com seu médico. Seja tratamento medicamentoso ou quimioterápico
- Discuta quaisquer preocupações sobre o seu tratamento com o seu médico.
- Mantenha suas consultas médicas agendadas regularmente
- Em caso de sintomas, procure o seu médico mesmo que pelo telefone, para ser orientado quanto a necessidade de atendimento de emergência
- Converse com seu médico sobre ter pelo menos 30 dias de medicamentos prescritos, caso precise ou queira ficar em casa por várias semanas
- Tome medidas para cuidar de sua saúde emocional. O medo e a ansiedade em relação à pandemia podem ser esmagadores e causar emoções fortes. É natural sentir-se preocupado ou estressado. Fale com seu médico se o estresse atrapalhar suas atividades diárias por vários dias seguidos.
- Indivíduos imunossuprimidos com suspeita de estarem infectados pelo vírus devem procurar o médico especialista para que a orientação sobre a suspensão dos medicamentos seja feita ou não
Para pessoas que convivem com pacientes imunodeprimidos, a prevenção é ainda mais necessária, sendo recomendado aumentar as medidas de higiene. Caso quem more na mesma casa ou cuide de uma pessoa com imunodepressão apresentar qualquer doença aguda possivelmente contagiosa, como resfriado, diarreia ou febre evite entrar em contato com esses pacientes.
No momento, não há medicamento específico ou vacina contra a Covid-19, portanto a prevenção é a melhor estratégia!
Referências
https://www.cdc.gov/coronavirus/2019-ncov/need-extra-precautions/immunocompromised.html
http://www.sarah.br/media/4072/orientaimunossuprimidos-v2.pdf
https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1806-83242020000100601&tlng=en
https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32205186/
Luiza Carvalho
Bióloga, mestre em biomedicina, doutora em biologia celular e pós-doutora do Laboratório de Investigação Pulmonar da UFRJ (@lip_ufrj), desenvolvendo uma pesquisa inovadora com células-tronco e funcionamento de organelas celulares.
Em meio à pandemia, foi criado o Projeto Plantão LIP, que surgiu da iniciativa da equipe de promover a divulgação de informações científicas sobre COVID-19 nas redes sociais. Também foram realizadas lives sobre o tema, com objetivo de sanar dúvidas e instruir a população sobre a doença.
O Laboratório chefiado pela Prof. Dra. Patricia Rocco possui diversas mídias sociais, onde informações diárias são postadas e todos podem realizar suas perguntas diretamente às pesquisadoras.
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